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domingo, 22 de agosto de 2010

Impunidade incentiva queimadas no Sul do Pará

Nem o ar pesado e a fumaça que dificulta a visão estimulam os produtores rurais do sul do Pará a abandonar o fogo como "ferramenta de trabalho". Ninguém se diz culpado pela recente escalada nos índices de focos de calor na região de São Félix do Xingu.

Dados do satélite NOAA 15, usado como referência pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que o município lidera o ranking de focos de calor no Pará.
Em agosto, até o dia 20, São Félix do Xingu teve 1.073 registros de possíveis queimadas. Em 2009, no mesmo período, haviam sido 274 - um aumento de 358%. Pequenos produtores de São Félix do Xingu apontam para suas próprias áreas queimadas e acusam os grandes pecuaristas de iniciar o fogo.
Os grandes, também com pastos marcados por labaredas, dizem que o problema se alastra a partir de lotes de colonos, acampamentos de sem-terra e assentamentos da reforma agrária. O fogo poupa tempo e dinheiro de quem pretende abrir novas áreas de mata ou "limpar" pastagens da vegetação nativa.
A fiscalização, que poderia esclarecer a questão, é inexistente. Ninguém é punido. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a maior parte dos processos judiciais abertos contra autores de queimadas no município acabou engavetada e prescreveu. As multas, mesmo as milionárias, são ignoradas.

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