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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Terminal rodoviário de Marabá, sudeste do Pará, é alvo de fiscalização

As condições de segurança de veículos e passageiros no Pará foram alvo de um fiscalização conjunta da Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), do Departamento de Trânsito do Pará (Detran) e da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado (Arcon) no sudeste do estado. A vistoria foi realizada no terminal rodoviário de Marabá.
Em um dos ônibus que faz a linha para a zona rural do município, o extintor de incêndio estava danificado e com a data de validade vencida. Os bancos dos passageiros não tinham cinto de segurança. e o banheiro não apresentava condições de uso. "[O veículo] vai ser recolhido e vai ser notificado, tanto pelo Procon quanto pela Arcon e também pelo Departamento de Trânsito", afirmou o agente do Detran Emmet Alexandre.
O documento do veículo também estava vencido. Segundo o motorista, as condições dos ônibus que fazem viagens para o interior são bastante precárias. "Eu olho para a zona rural e geralmente todos os carros de lá [da zona rural] nenhum está rodando legal", afirma o motorista Luiz Gonzaga.
O objetivo da operação foi avaliar as condições físicas do veículo, e também se dispõe de estrutura suficiente para dar segurança aos passageiros. "Essa fiscalização é uma continuação de uma fiscalização que começou há cerca de 20 dias. A gente veio, fiscalizou todos os ônibus intermunicipais, fez advertência e agora estamos retornando para ver se as questões foram adequadas ao código de defesa do consumidor", explica o fiscal do Procon Jader dos Santos.
Fiscais da Arcon, órgão responsável pela fiscalização de transportes intermunicipais, também participaram da operação. "Se tiver um carro operando em desconformidade com as resoluções que regulam o transporte, esse veículo deverá ser apreendido", garante o agente João Silva.
Além da falta de estrutura adequada, motoristas de van denunciaram que transportam muitas crianças sem documentação, e que não existe controle nos terminais rodoviários. A aposentada Elza da Conceição viajava com a neta. Segundo ela, nunca pediram documentos na hora do embarque. "Agora que estão pedindo. Eu venho de Parauapebas, sempre viajo e nunca pediram [documentação]", conta.
O coordenador do terminal rodoviário confirma que não há fiscalização no embarque de crianças, e que esse serviço deveria ser feito por conselheiros tutelares. "Com certeza tem que ter uma fiscalização mais severa, porque esse trânsito de crianças saindo de uma cidade pra outra, aqui e acolá... As vezes tem sumiço de criança. Então tem que ter uma fiscalização, e a gente vai correr atrás com o Conselhor Tutelar para estar sempre acompanhando", afirmou o coordenador do terminal rodoviário Alberto Magno.
O Conselho Tutelar de Marabá informou que o número de conselheiros é insuficiente para fazer as fiscalizações diárias no terminal rodoviário. Nesses casos eles só agem quando há alguma denúncia de irregularidade.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Cultivo do cacau está em expansão no sudeste do Pará

Situada no sudeste do Pará, Tucumã, segundo dados do IBGE, tem aproximadamente 35.000 habitantes. A cidade que nas décadas de 80 e 90 teve como principal produção industrial a madeira, hoje sabe que da terra podem vir outras riquezas e o cacau é uma delas.
No ano passado o município de Tucumã escoou 3.700 toneladas de cacau. Esse ano a previsão é de que 4.100 toneladas sejam exportadas para outros estados. Presente na agricultura familiar da cidade, o cacau ajuda na renda de várias famílias.
Os 1.040 pés de cacau plantados na terra do seu Josimar dos Santos garantem trabalho a ele, a mulher e aos filhos. O dinheiro ganho com a atividade serve para o sustento da casa. Depois que começou a atividade ele conta que não foi mais preciso fazer “bicos” para sobreviver.
Outro produtor que viu no cacau uma fonte de renda promissora foi Augusto Levinsky, que chegou  na década de 90, veio do Sul do país atraído pelas terras férteis e baratas do Pará. Começou plantando um alqueire, comprou mais terra e hoje têm 30 mil pés plantados.
OFF: O cacau de Tucumã tem alto teor de manteiga e baixa acidez, peculiaridades que ajudaram na conquista de mercados exigentes. É na cooperativa da cidade que é feito o controle de qualidade do produto.
O Pará é o segundo maior produtor de cacau do país, só perde para a Bahia.
Fonte: G1

Emater faz diagnóstico sobre a situação rural em Canaã dos Carajás

Um diagnóstico rural participativo elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), Prefeitura de Canaã dos Carajás e o sindicato dos trabalhadores rurais local ajuda a identificar as principais dificuldades da produção agrícola no município, que fica no sudeste do Estado. O trabalho também ajuda a encontrar soluções para aprimorar a produção.
O diagnóstico, construído durante três meses, foi feito a partir de visitas nas propriedades rurais, principalmente por conta da redução de produção nas lavouras. Segundo dados da Emater, a implantação de grandes projetos de mineração causaram impactos, sociais, ambientais e produtivos no município.
A expectativa inicial é que de 40% a 50% das áreas de produção agrícola já não existam mais, uma vez que as terras foram negociadas com a mineradora pelos agricultores. A ação gerou problemas com a vegetação nativa e, consequentemente, desmatamento, além de prejuízos ao solo, o que diminuiu a produtividade nas lavouras.
Os levantamentos feitos junto aos agricultores dão conta de que a maior dificuldade enfrentada hoje no campo é a instabilidade das famílias, por conta dos projetos de mineração. Algumas famílias já têm pelo menos 50 anos nas propriedades. Entre as propostas da Emater está um seminário com órgãos governamentais e demais parceiros, para apresentar propostas que ajudem a mudar a situação rural do município.
“Aqui já fomos o maior produtor paraense de feijão carioquinha, por exemplo. Hoje temos de comprar o grão, porque a produção não existe mais”, disse o técnico da Emater Raimundo Conceição. Para o sindicato de trabalhadores rurais, é grande a expectativa de desenvolver atividades que mudem a realidade das famílias, muitas com dificuldades para obter o sustento depois que venderam as terras.
Fonte: Agencia Pará de Noticias

Carajás vai tirar liderança de Minas Gerais

Minas Gerais perderá para Carajás, no Pará, dentro de quatro anos, o posto de maior fornecedor do minério de ferro que mantém a Vale na liderança do ranking mundial de produtores da matéria-prima. A companhia iniciou ontem as obras de terraplenagem e fundações da usina de tratamento de minério desenhada para atender ao megaprojeto S11D, que vai produzir 90 milhões de toneladas por ano na Serra Sul de Carajás. Com outras duas expansões na região – os projetos Adicional 40 e Serra Leste –, o Pará vai sair dos atuais 35% de participação no volume total extraído pela empresa, de 320 milhões de toneladas em 2012, para mais da metade da produção em 2017, informou o diretor de Projetos Ferrosos Norte da Vale, Jamil Sebe.
As reservas de Minas Gerais respondem por cerca de 65% da produção da Vale, percentual que deve recuar a menos de 50% nos próximos anos, derrubando a hegemonia do estado no mapa geográfico da multinacional brasileira. O estado foi o berço da mineradora, criada em 1942 em Itabira, um dos símbolos da tradição de 300 anos da exploração de bens minerais em Minas, capitaneada pelo minério de ferro. Jamil Sebe disse que o avanço de Carajás segue regras básicas de mercado, que conjugam reservas de boa qualidade, volumes expressivos e custo competitivo de produção, fatores para servir de alerta a Minas, como estado minerador, dono de aproximadamente um terço da produção mineral do país.
Diferentemente da fronteira aberta na Amazônia em meados dos anos 1980, o foco da Vale em terras mineiras está em investimentos para manutenção de lavras e no aproveitamento de minério pobre do tipo de itabiritos de baixo teor de ferro. Entre os projetos para expansão da produção, a mineradora tem enfrentado a resistência dos ambientalistas para licenciar o projeto Apolo, na Serra do Gandarela, nos municípios de Caeté e Santa Bárbara, e novas seções de mina em Mariana.
“Para crescer e dar o salto de produção que a companhia espera, não há outra oportunidade como a de Carajás. Só aqui temos minério na qualidade e quantidade para isso”, afirmou Jamil Sebe. A produção de Carajás deverá crescer de 110 milhões para 250 milhões de toneladas anuais, ultrapassando a contribuição das jazidas de Minas, ao redor de 200 milhões de toneladas anuais. O estado tem ainda como desvantagem um processo de mineração adiantado que necessita de aportes em tecnologia, tornando mais caro o processo de produção.
Classificada como reserva de classe mundial, o corpo mineral que consiste no projeto S11 contém 10 bilhões de toneladas em reservas de hematita provadas e recursos que demandam mais estudos com teor de 66,5% de ferro. Em Minas, os teores vão de 40% a 55% de itabiritos. A seção da mina que vai entrar em produção é o chamado corpo D, espalhado sobre nove quilômetros de extensão, um colchão de 4,2 bilhões de toneladas, a profundidade de até 250 metros, permitindo vida útil de 40 anos à jazida.
Concorrente de peso
Trata-se, segundo o diretor de projetos da Vale, do maior empreendimento no segmento de ferro em implantação no mundo, orçado em US$ 19,7 bilhões (tendo como base o câmbio de RS 2 por dólar) e da maior mina do planeta em capacidade inicial de produção. A reserva está localizada na borda da Floresta Nacional de Carajás, na porção Sul da província mineral, em Canaã dos Carajás. A construtora mineira Andrade Gutierrez deu início, ontem, às obras de terraplenagem do platô onde a usina de tratamento de minério será instalada, com duração prevista de um ano e meio. Outras duas empresas mineiras, Usiminas e Usiminas Mecânica, trabalham na área de montagem eletromecânica.
Fonte: Marta Vieira