Eu cresci no meio político, e lembro bem quando subia no palanque com meus 10 anos de idade para cantar nos intervalos dos discursos do meu pai Gonçalo Sampaio à época candidato e seus correligionários.
Já coordenei campanhas, apresentei propagandas políticas de radio e TV, fui presa fazendo boca de urna, discursei, fui apresentadora em palanque, ajudei a coordenar pesquisas eleitorais e durante muitos anos minha família foi referência política na última cidade que morei.
Quando eu digo que conheço bem política e políticos, falo com conhecimento de causa, e sei que honestidade e verdade, são virtudes raras neste meio, talvez por isso os candidatos que defendi, não ganharam.
Por questões puramente políticas, que me causaram um prejuízo moral e emocional, hoje prefiro ficar de longe, observando e posso até imaginar quantos conchaves e articulações são feitos na madrugada, quantas mentiras são ditas em palanque, quantas fofocas são espalhadas propositalmente, quantas invasões de privacidade, quanto dinheiro é distribuído sem prestação de contas, quantas negociações de interesse pessoal ocorrem e comprometem o candidato antes mesmo de ganhar uma eleição o distanciando do verdadeiro propósito de administração de um município.
Quem está dentro contagiado pela euforia da campanha geralmente se entrega de corpo e alma, defende com unhas e dentes seu candidato como se ele fosse um “Deus”, fala coisas que no futuro vai se arrepender, e ainda arranja inimigos para o resto de sua vida que nunca chegou nem a conhecê-los de verdade.
Tudo muda na política, inclusive os correligionários que hoje podem estar ao seu lado, e amanhã, "talvez".
Pode até ser que o Brasil esteja reencontrando o rumo ético da Política, mas para politizar o país, a malandragem tem que deixar de existir dos dois lados. Do politico que compra voto, e do eleitor que estipula o preço.
Olhando tudo acontecendo de longe, já não tenho tanto entusiasmo com os discursos pobres e cheios de promessas que nunca serão cumpridas. Às vezes fico com pena da inocência dos cabos eleitorais que compram uma briga que não é sua, dos eleitores menos politizados usados como massa de manobra e até mesmo dos políticos sérios e honestos que tem poucas chances de chegar lá, e se chegarem acabará sendo corrompido pelo sistema.
E O MEU VOTO VAI PARA...................melhor assim, só a urna e Deus saberão do meu voto.