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sábado, 21 de fevereiro de 2015

DEPOIS DOS 40 por ROSANGELA SAMPAIO

DEPOIS DOS 40 por ROSANGELA SAMPAIO

Sempre tive curiosidade de saber o que pensa e o que sente uma pessoa quando passa dos 40. Imaginava que as pessoas dessa idade já não teriam medo, inseguranças, teriam resposta para tudo, não tinham direito de errar, teriam que adotar uma postura mais séria, que já haviam atingido 70% de autossuficiência, que haviam passado de receptores para transmissores, que diminuiriam as ansiedades e sonhos. Parece que foi ontem, e aos poucos fui descobrindo que nada mais somos que jovens com rugas e cabelo branco. Que somos eternos aprendizes, cheios de medo e ansiedade, que tem sempre uma criança, ou um jovem para nos ensinar algo; que precisamos desconstruir algumas verdades que considerávamos absolutas; e que nossos sonhos passam a ser limitados ao efetivamente possível. Venho descobrindo que é difícil admitir que se está ficando velho e que a eterna juventude esta na alma, e como diz um verso da musica de Sandy “Sou jovem pra ser velha e velha pra ser jovem ”. Como o tempo é veloz passei a ter pressa para resolver as coisas e ser mais seletiva com as pessoas, com os filmes que assisto, com as leituras que aprecio, com as músicas que ouço, com os lugares que frequento, buscando sempre algo que realmente vale a pena para meu amadurecimento espiritual , afinal já vivi metade do que consideramos vida útil, mais ainda sou aprendiz. Como estou vivendo o melhor do novo e do velho, passei a descarregar bagagens desnecessárias todos os dias, e acumular ensinamentos. Aos poucos venho descobrindo que família é tudo, que boas amizades são importantes, que Deus está em tudo, no olhar, no sorriso, no abraço fraterno, na tristeza e no silencio que é quando melhor ouvimos o grande Pai. Essa idade que me causava curiosidade e medo, vem se manifestando não só nas rugas, mais também na forma de tratamento. Outro dia me toquei que realmente minha idade já não permite certas vaidades quando ouvi uma cantada assim: - Nossa essa corôa é gata! Em outras épocas isso aumentava a minha autoestima, mas odiei, queria ser gatinha mesmo e não corôa kkk! Na minha humilde observância tudo é um ciclo. De agora em diante estou na fase da aceitação, de que não posso mais mudar o mundo e sim a mim mesma, que é necessário desacelerar de vez em quando para não atropelar fases, que podemos mudar de atitude e foco, que quem cala tem mais atitude do que quem se acha dono da verdade, que ser indulgente com os erros dos outros nos torna mais leves, afinal, também precisamos de perdão. Quero aproveitar o máximo essa fase que me proporciona mais calmaria nas situações difíceis, e isso aprendi com o tempo, tudo passa... inclusive a idade. Rosangela Sampaio Em 21/02/2015

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Cem famílias ocupam terreno do aeroporto de Marabá

Cerca de cem famílias sem-teto invadiram uma área localizada próximo à pista do aeroporto de Marabá, sudeste do Pará.
Esta é a terceira vez, nos últimos oito anos, que as famílias ocupam o local. A área foi dividida em 100 lotes que foram distribuídos para as famílias que afirmam não ter onde morar.
A primeira ocupação na área aconteceu em 2004. As famílias foram retiradas do local após decisão judicial que determinou a desocupação da área. Em 2011, uma nova ocupação foi realizada e novamente a área foi desocupada.
A superintendência do aeroporto informou que uma liminar de reintegração de posse já foi expedida e aguarda o cumprimento da decisão judicial.
Fonte: Folha do Bico

Manifestação ocorrida domingo em Serra Pelada deixou sete feridos

A polícia impediu ontem, domingo (25), que cerca de 1.500 garimpeiros invadissem a mina de ouro que está sendo construída pela canadense Colossus, na região de Serra Pelada. Havia uma preocupação, por parte da direção da companhia, de que as obras fossem interditadas ontem pelos manifestantes e que a ação levasse a atos de violência.
Segundo a diretora de comunicação da empresa, Rosana Entler, as obras só voltarão ao ritmo normal quando a polícia informar que o movimento dos garimpeiros estiver terminado. Hoje, segunda-feira, segundo ela, “para preservar a segurança dos nossos funcionários”, muitos dos 1.500 trabalhadores permanecerão em casa.
Rosana disse que pelo que ouviu da Polícia Militar que estava no local da mina, um grupo de garimpeiros se reuniu à tarde na Vila de Serra Pelada — no município de Curionópolis — e seguiu em direção à entrada do projeto. “Pelo que me disseram, tanto policiais quanto funcionários nossos, os garimpeiros não chegaram à portaria, ficaram a uns 100, 200 metros e depois se dispersaram e se espalharam pela vila”.

Uma parte dos 52 mil garimpeiros associados à Coomigasp – Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada – está insatisfeita com a forma de distribuição do ouro que será produzido em Serra Pelada. Pelo acordo inicial, a Colossus teria 51% e os garimpeiros 49%, sendo que os investimentos seriam divididos meio a meio. Em 2010, com a anuência de uma Assembleia Geral realizada pelo então presidente Gessé Simão e da qual participaram mais de 20 mil garimpeiros, determinou que a empresa canadense teria 75% do ouro produzido, todavia a Colossus seria a única investidora financeira.
Por volta das 16 horas de ontem alguns garimpeiros se exaltaram e tentaram invadir o Projeto. A Polícia Militar do Pará, que estava a postos para garantir a segurança, interveio e houve confronto.
Pelo Menos sete pessoas ficaram feridas. Algumas delas foram encaminhadas para hospitais de Marabá, Parauapebas e Curionópolis.
Entre os feridos a bala está o presidente do Conselho Fiscal da Coomigasp, Amarildo Gonçalves. Ele foi atendido no Hospital municipal de Parauapebas.
É preciso analisar essa situação de Serra Pelada com muita atenção. Garimpeiros volta e meia são usados por políticos e alguns diretores da Cooperativa com o único objetivo de obterem um  ganho político ou financeiro.
O contrato da empresa canadense, mesmo parecendo imoral, foi homologado pela grande maioria dos garimpeiros e deve ser respeitado, já que, há época, a cooperativa não tinha como colaborar financeiramente nos investimentos, orçados pela mineradora em R$600 milhões.
Os mesmos garimpeiros que agora tentam interditar o projeto deveriam, a bem dos mais de 50 mil associados, manifestarem-se para que a justiça julgue os inúmeros processos que tramitam na justiça do Pará na tentativa de investigar verdadeiros saques ao erário da cooperativa. Dinheiro este que deveria ser usado em benefício dos associados.
Em 2012 a justiça afastou parte da diretoria, dando início a uma verdadeira guerra pela direção da Coomigasp, o que poderia também ser chamado de “corrida ao ouro”, já que as decisões tomadas pela direção da Coomigasp nem sempre beneficiam quem deveria, os garimpeiros.
Por outro lado, alguns ex-diretores da Coomigasp, que buscam na justiça o retorno alegam que esses 1.500 manifestantes não passam de massa de manobra, não representando os mais de 50 mil garimpeiros cadastrados na Cooperativa.
Acredito que o mais certo seria uma intervenção do Ministério de Minas e Energia em Serra Pelada, nomeando uma equipe isenta para gerir os recursos repassados pela empresa canadense. Se isso não for feito teremos que conviver rotineiramente com manifestações iguais as de ontem. Por sorte não houve vítima fatal, mas até quando será assim?
Fotos: Antônio Cícero
Fonte: Zedudu

Nota da Colossus Mineração sobre a manifestação ocorrida neste domingo em Serra Pelada

A Colossus Mineração informa a sociedade que as forças policiais do Estado do Pará inibiram a tentativa de invasão ao projeto Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, ocorrida em Curionópolis (PA) neste domingo por volta de 15h.
A maioria dos manifestantes é de não residentes na comunidade de Serra Pelada e afastou-se do local do protesto. Até as 18h deste domingo, informações locais indicavam que não há um ponto de concentração dos manifestantes. Não há registro de vítimas.
A tentativa de invasão, anunciada de forma pública antecipadamente e fortalecida em audiência no último dia 16 de agosto, teve apoio parlamentar dos deputados federais Arnaldo Jordy (PPS) e Wandenkolk Gonçalves (PMDB). A organização foi feita por grupos garimpeiros não reconhecidos pela Justiça do Pará como dirigentes da cooperativa sócia do projeto.
É impraticável haver diálogo sob coação. A Colossus considera este formato de mobilização violenta como irresponsável, que em absolutamente nada contribui para um futuro de paz duradoura em Serra Pelada.
O projeto SPCDM alcançou 85% das obras de implantação, um investimento de R$ 600 milhões que emprega 1.500 profissionais diretos e indiretos – sendo 65% residentes de Serra Pelada.   
Forças policiais permanecem no local para devolver segurança à vila de Serra Pelada.

EXPORTAÇÃO - 2013

BRASIL - De janeiro a julho deste ano, os cinco municípios brasileiros que mais exportaram foram: Parauapebas-PA (US$ 5,27 bilhões), São Paulo-SP (US$ 5,20 bilhões), Santos-SP (US$ 3,88 bilhões), Rio de Janeiro-RJ (US$ 3,41 bilhões) e Angra dos Reis-RJ (US$ 3,024 bilhões). 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Simão Jatene se reúne com prefeitos da região de Carajás em Marabá

Em mais um encontro “Pará do Futuro”, o governador Simão Jatene, o vice-governador Helenilson Pontes e secretários de Estado se reuniram nesta segunda-feira (12) com sete prefeitos da região de integração de Carajás, dos municípios de Brejo Grande do Araguaia, Bom Jesus do Tocantins, Palestina do Pará, Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia e São João do Araguaia.
O diálogo com os prefeitos ocorreu no salão da igreja Assembleia de Deus, na Nova Marabá. A reunião fez parte do pacto “Trabalhando juntos pelo desenvolvimento do Pará”, que prevê o diálogo com todos os prefeitos eleitos e reeleitos das regiões de integração do Estado. Os encontros, que começaram em novembro de 2012, já contemplaram os municípios que integram as regiões Guamá, Tocantins, Caeté, Rio Capim e Marajó. Nas reuniões anteriores, foram anunciados investimentos, parcerias e estratégias para a solução de problemas que atingem os municípios.
O governador falou da importância de reunião, que discute com os prefeitos da região o desenvolvimento por meio de obras, serviços e parcerias. Jatene também anunciou que o governo espera uma operação de crédito pra anunciar o asfaltamento da rodovia PA-477, que atende os municípios de São Geraldo do Araguaia, Piçarra e Xinguara. Ele também falou sobre os investimentos que estão sendo feitos na região, como a construção de doze escolas e R$ 600 milhões aplicados em rodovias. Só em Marabá, mais de R$ 200 milhões vão para obras de tratamento de água e esgotamento sanitário.
O prefeito de Marabá, João Salame, agradeceu ao governo pela iluminação do trecho urbano da rodovia Transamazônica, a ampliação da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional e a implantação do curso de medicina no município. O gestor falou das dificuldades para administrar o município e pediu apoio em obras que estão sendo executadas pela prefeitura nas áreas de saúde, educação e infraestrutura. Salame também solicitou apoio para a conclusão do estádio municipal e nas obras de drenagem e pavimentação asfáltica no município.
Os outros seis gestores municipais também pediram apoio em obras como a feira do produtor, o programa Asfalto na Cidade, patrulhas mecanizadas e saúde. O governador se mostrou confiante em poder contar com a parceria das prefeituras para as obras e pediu empenho aos secretários para atender às solicitações. Simão Jatene também reforçou a transformação do hospital municipal de Parauapebas em hospital regional, que vai ajudar a região em casos de alta e média complexidade.
O prefeito de São Domingos do Araguaia, Pedro Paraná, falou da importância da reunião e disse que é muito importante o governador se reunir com os prefeitos. “É importante o governador se reunir e ver nossas necessidades. Essa reunião deveria ocorrer todos os anos”, disse.
Participaram da reunião os prefeitos João Salame (Marabá), Marcos Baxim (Brejo Grande do Araguaia), Adeuvaldo Souza (Palestina do Araguaia), Pedro Paraná (São Domingos do Araguaia), Jorge Alencar (São Geraldo do Araguaia) e João Neto (São João do Araguaia). O secretario de finanças de Bom Jesus do Tocantins, João Rocha, representou o município.
Fonte: Agencia Pará de Noticias

Confirmado, Terremoto de 4.9 atingiu Redenção e região

O OBSIS – Observatório Sismológico da UNB – Universidade Nacional de Brasília confirmou no início da tarde desta segunda-feira (12), o abalo Sísmico ocorrido na manhã de domingo (11), por volta de meio dia em Redenção e região. Informações preliminares apontam para um evento de causas naturais que atingiu a magnitude de 4,9, considerado importante pela UNB, outros estudos ainda serão feitos para apontar as causas do terremoto.
A confirmação vai de encontro ao que foi informado pela UFPA, em Belém, que garantiu que não havia registro de abalos sísmicos na região. A falta de informação e a demora, dificultou o trabalho da imprensa que desde a hora do terremoto vem acompanhando os fatos para manter a população informada. Nenhum órgão oficial se pronunciou a respeito, o que aumentou a margem para especulações e boatos.
O terremoto deixou claro que o monitoramento ainda é precário, o sismógrafo mais próximo é o da Hidrelétrica de Tucuruí que envia os dados para análise em Brasília.
É preciso que o Governo Estadual e ou Municipal acompanhem os estudos para que sejam esclarecidas as causas. O fato é que a população de Redenção e região foi pega de surpresa por um terremoto dessa magnitude. (http://www.155news.com.br)
Moradores de Redenção, no sul do Pará, ainda estão assustados com o tremor de terra que segundo moradores atingiu algumas cidades circunvizinhas

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Terminal rodoviário de Marabá, sudeste do Pará, é alvo de fiscalização

As condições de segurança de veículos e passageiros no Pará foram alvo de um fiscalização conjunta da Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), do Departamento de Trânsito do Pará (Detran) e da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado (Arcon) no sudeste do estado. A vistoria foi realizada no terminal rodoviário de Marabá.
Em um dos ônibus que faz a linha para a zona rural do município, o extintor de incêndio estava danificado e com a data de validade vencida. Os bancos dos passageiros não tinham cinto de segurança. e o banheiro não apresentava condições de uso. "[O veículo] vai ser recolhido e vai ser notificado, tanto pelo Procon quanto pela Arcon e também pelo Departamento de Trânsito", afirmou o agente do Detran Emmet Alexandre.
O documento do veículo também estava vencido. Segundo o motorista, as condições dos ônibus que fazem viagens para o interior são bastante precárias. "Eu olho para a zona rural e geralmente todos os carros de lá [da zona rural] nenhum está rodando legal", afirma o motorista Luiz Gonzaga.
O objetivo da operação foi avaliar as condições físicas do veículo, e também se dispõe de estrutura suficiente para dar segurança aos passageiros. "Essa fiscalização é uma continuação de uma fiscalização que começou há cerca de 20 dias. A gente veio, fiscalizou todos os ônibus intermunicipais, fez advertência e agora estamos retornando para ver se as questões foram adequadas ao código de defesa do consumidor", explica o fiscal do Procon Jader dos Santos.
Fiscais da Arcon, órgão responsável pela fiscalização de transportes intermunicipais, também participaram da operação. "Se tiver um carro operando em desconformidade com as resoluções que regulam o transporte, esse veículo deverá ser apreendido", garante o agente João Silva.
Além da falta de estrutura adequada, motoristas de van denunciaram que transportam muitas crianças sem documentação, e que não existe controle nos terminais rodoviários. A aposentada Elza da Conceição viajava com a neta. Segundo ela, nunca pediram documentos na hora do embarque. "Agora que estão pedindo. Eu venho de Parauapebas, sempre viajo e nunca pediram [documentação]", conta.
O coordenador do terminal rodoviário confirma que não há fiscalização no embarque de crianças, e que esse serviço deveria ser feito por conselheiros tutelares. "Com certeza tem que ter uma fiscalização mais severa, porque esse trânsito de crianças saindo de uma cidade pra outra, aqui e acolá... As vezes tem sumiço de criança. Então tem que ter uma fiscalização, e a gente vai correr atrás com o Conselhor Tutelar para estar sempre acompanhando", afirmou o coordenador do terminal rodoviário Alberto Magno.
O Conselho Tutelar de Marabá informou que o número de conselheiros é insuficiente para fazer as fiscalizações diárias no terminal rodoviário. Nesses casos eles só agem quando há alguma denúncia de irregularidade.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Cultivo do cacau está em expansão no sudeste do Pará

Situada no sudeste do Pará, Tucumã, segundo dados do IBGE, tem aproximadamente 35.000 habitantes. A cidade que nas décadas de 80 e 90 teve como principal produção industrial a madeira, hoje sabe que da terra podem vir outras riquezas e o cacau é uma delas.
No ano passado o município de Tucumã escoou 3.700 toneladas de cacau. Esse ano a previsão é de que 4.100 toneladas sejam exportadas para outros estados. Presente na agricultura familiar da cidade, o cacau ajuda na renda de várias famílias.
Os 1.040 pés de cacau plantados na terra do seu Josimar dos Santos garantem trabalho a ele, a mulher e aos filhos. O dinheiro ganho com a atividade serve para o sustento da casa. Depois que começou a atividade ele conta que não foi mais preciso fazer “bicos” para sobreviver.
Outro produtor que viu no cacau uma fonte de renda promissora foi Augusto Levinsky, que chegou  na década de 90, veio do Sul do país atraído pelas terras férteis e baratas do Pará. Começou plantando um alqueire, comprou mais terra e hoje têm 30 mil pés plantados.
OFF: O cacau de Tucumã tem alto teor de manteiga e baixa acidez, peculiaridades que ajudaram na conquista de mercados exigentes. É na cooperativa da cidade que é feito o controle de qualidade do produto.
O Pará é o segundo maior produtor de cacau do país, só perde para a Bahia.
Fonte: G1

Emater faz diagnóstico sobre a situação rural em Canaã dos Carajás

Um diagnóstico rural participativo elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), Prefeitura de Canaã dos Carajás e o sindicato dos trabalhadores rurais local ajuda a identificar as principais dificuldades da produção agrícola no município, que fica no sudeste do Estado. O trabalho também ajuda a encontrar soluções para aprimorar a produção.
O diagnóstico, construído durante três meses, foi feito a partir de visitas nas propriedades rurais, principalmente por conta da redução de produção nas lavouras. Segundo dados da Emater, a implantação de grandes projetos de mineração causaram impactos, sociais, ambientais e produtivos no município.
A expectativa inicial é que de 40% a 50% das áreas de produção agrícola já não existam mais, uma vez que as terras foram negociadas com a mineradora pelos agricultores. A ação gerou problemas com a vegetação nativa e, consequentemente, desmatamento, além de prejuízos ao solo, o que diminuiu a produtividade nas lavouras.
Os levantamentos feitos junto aos agricultores dão conta de que a maior dificuldade enfrentada hoje no campo é a instabilidade das famílias, por conta dos projetos de mineração. Algumas famílias já têm pelo menos 50 anos nas propriedades. Entre as propostas da Emater está um seminário com órgãos governamentais e demais parceiros, para apresentar propostas que ajudem a mudar a situação rural do município.
“Aqui já fomos o maior produtor paraense de feijão carioquinha, por exemplo. Hoje temos de comprar o grão, porque a produção não existe mais”, disse o técnico da Emater Raimundo Conceição. Para o sindicato de trabalhadores rurais, é grande a expectativa de desenvolver atividades que mudem a realidade das famílias, muitas com dificuldades para obter o sustento depois que venderam as terras.
Fonte: Agencia Pará de Noticias

Carajás vai tirar liderança de Minas Gerais

Minas Gerais perderá para Carajás, no Pará, dentro de quatro anos, o posto de maior fornecedor do minério de ferro que mantém a Vale na liderança do ranking mundial de produtores da matéria-prima. A companhia iniciou ontem as obras de terraplenagem e fundações da usina de tratamento de minério desenhada para atender ao megaprojeto S11D, que vai produzir 90 milhões de toneladas por ano na Serra Sul de Carajás. Com outras duas expansões na região – os projetos Adicional 40 e Serra Leste –, o Pará vai sair dos atuais 35% de participação no volume total extraído pela empresa, de 320 milhões de toneladas em 2012, para mais da metade da produção em 2017, informou o diretor de Projetos Ferrosos Norte da Vale, Jamil Sebe.
As reservas de Minas Gerais respondem por cerca de 65% da produção da Vale, percentual que deve recuar a menos de 50% nos próximos anos, derrubando a hegemonia do estado no mapa geográfico da multinacional brasileira. O estado foi o berço da mineradora, criada em 1942 em Itabira, um dos símbolos da tradição de 300 anos da exploração de bens minerais em Minas, capitaneada pelo minério de ferro. Jamil Sebe disse que o avanço de Carajás segue regras básicas de mercado, que conjugam reservas de boa qualidade, volumes expressivos e custo competitivo de produção, fatores para servir de alerta a Minas, como estado minerador, dono de aproximadamente um terço da produção mineral do país.
Diferentemente da fronteira aberta na Amazônia em meados dos anos 1980, o foco da Vale em terras mineiras está em investimentos para manutenção de lavras e no aproveitamento de minério pobre do tipo de itabiritos de baixo teor de ferro. Entre os projetos para expansão da produção, a mineradora tem enfrentado a resistência dos ambientalistas para licenciar o projeto Apolo, na Serra do Gandarela, nos municípios de Caeté e Santa Bárbara, e novas seções de mina em Mariana.
“Para crescer e dar o salto de produção que a companhia espera, não há outra oportunidade como a de Carajás. Só aqui temos minério na qualidade e quantidade para isso”, afirmou Jamil Sebe. A produção de Carajás deverá crescer de 110 milhões para 250 milhões de toneladas anuais, ultrapassando a contribuição das jazidas de Minas, ao redor de 200 milhões de toneladas anuais. O estado tem ainda como desvantagem um processo de mineração adiantado que necessita de aportes em tecnologia, tornando mais caro o processo de produção.
Classificada como reserva de classe mundial, o corpo mineral que consiste no projeto S11 contém 10 bilhões de toneladas em reservas de hematita provadas e recursos que demandam mais estudos com teor de 66,5% de ferro. Em Minas, os teores vão de 40% a 55% de itabiritos. A seção da mina que vai entrar em produção é o chamado corpo D, espalhado sobre nove quilômetros de extensão, um colchão de 4,2 bilhões de toneladas, a profundidade de até 250 metros, permitindo vida útil de 40 anos à jazida.
Concorrente de peso
Trata-se, segundo o diretor de projetos da Vale, do maior empreendimento no segmento de ferro em implantação no mundo, orçado em US$ 19,7 bilhões (tendo como base o câmbio de RS 2 por dólar) e da maior mina do planeta em capacidade inicial de produção. A reserva está localizada na borda da Floresta Nacional de Carajás, na porção Sul da província mineral, em Canaã dos Carajás. A construtora mineira Andrade Gutierrez deu início, ontem, às obras de terraplenagem do platô onde a usina de tratamento de minério será instalada, com duração prevista de um ano e meio. Outras duas empresas mineiras, Usiminas e Usiminas Mecânica, trabalham na área de montagem eletromecânica.
Fonte: Marta Vieira