A fé é o sentimento intimo, no homem, da sua destinação. É a consciência do sobrenatural que traz desde o embrião, a principio em estado latente, mas que ele deve fazer germinar e crescer, através da sua vontade ativa.
Ate o presente, a fé só foi compreendida no seu sentido religioso, porque o Cristo a revelou como poderosa alavanca, e porque nele só viram um chefe de religião. Mas o Cristo, que realizou verdadeiros milagres, mostrou, por esses mesmos milagres, quanto pode o homem que tem fé, ou seja, que tem a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode realizar-se a si mesma.
A fé é humana ou divina, segundo a aplicação que o homem der às suas faculdades, em relação às necessidades terrenas ou às suas aspirações celestes e futuras. O homem inteligente, que persegue a realização de um grande empreendimento, triunfa se tem fé, porque sente em si mesmo que pode e deve triunfar, e essa certeza intima lhe dá uma extraordinária força. O homem de bem que, crendo no seu futuro celeste, quer preencher a sua vida com nobres e belas ações, tira da sua fé, da certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda nesse caso se realizam os milagres da caridade, do sacrifício e da abnegação. E por fim, não há más inclinações que, com a fé, não possam ser vencidas.
A fé é humana e divina. O homem nem imagina a força que traz consigo, e se quisesse por sua vontade a serviço dessa força, seria capaz de realizar milagres.
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