A polícia destruiu a pista clandestina, de 440 metros, aberta no meio da mata. E também geradores de energia e dragas usadas para garimpar o rio.
O garimpo funcionava ilegalmente há muitos anos dentro da terra indígena Kayapó. Área de 3.284 hectares a 160 quilômetros de redenção, no sul do Pará. No local vivem quase três mil índios, em 14 aldeias.
A operação do Ibama, Polícia Federal e Funai descobriu pelo menos 30 minas abertas pelos garimpeiros em 170 hectares de terra arrasada pela mineração ilegal. No lugar das árvores, terra exposta e grandes lagoas de água contaminada. Próximo às minas, a polícia encontrou cerca de 100 cabanas. Na pequena vila improvisada, tratores, caminhões e um sistema de captação de água. Tudo foi destruído. Cerca de 400 pessoas - entre elas mulheres e crianças - foram retiradas com ajuda de um helicóptero militar e levadas para cidades da região. As casas do acampamento foram queimadas.
A polícia também recolheu água dos rios da região e levou para análise. Índios de 14 aldeias Kayapó - que ficam na reserva - têm reclamado do aumento de doenças relacionadas ao contato com mercúrio. Se a água estiver contaminada, os índios podem ter que deixar a reserva.
“Após os resultados dos exames a Funai deverá em conjunto com o Ibama ver as providências que a ente vai tomar com relação a essa destruição que foi feita na área e essa ameaça a saúde dos índios”, diz o diretor de proteção ambiental do Ibama, Luciano Evaristo.
A polícia estima que o garimpo pudesse faturar até R$ 3 milhões por mês. Noventa pessoas vão responder a processo por extração ilegal.
“Há uma série de financiadores que nós estamos investigando. E essas pessoas, eu já falei, não pode ser descartada a possibilidade de uma eventual prisão no futuro”, explica o delegado da Polícia Federal, Carlos Moriel
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