Pesquisar este blog

segunda-feira, 14 de maio de 2012

MAIOR, MAIS AINDA DESIGUAL - Como distribuir a riqueza de forma mais justa(por Vitor Nuzzi)


O economista Celso Furtado dizia que o Brasil, antes de mais nada, deveria priorizar o problema social, e não o econômico. O país já havia adquirido certo peso em termos mundiais, mas ainda tinha uma capacidade muito limitada de criar o próprio destino. Ele insistia na receita: era preciso criar empregos e ampliar o mercado interno. Reflexões ainda válidas, à medida que o Brasil teve crescimento visível nos últimos anos, mas continua devendo em termos de desenvolvimento


DESCONCENTRAÇÃO
Mas os desequilíbrios permanecem. “Algumas regiões tiveram crescimento explosivo”, diz o diretor do Ipea, citando municípios como Parauapebas, no Pará, cuja população mais que dobrou em dez anos (de 71 mil para 154 mil), ou Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, que foi de 19 mil habitantes, em 2000, para 45 mil em 2010. Aumento estimulado pela expansão do agronegócio, da soja e da produção de minérios. Não se pensou, porém, em como absorver essa população adicional. “O II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento, para o período 1975-1979) já falava em desconcentração da área econômica no Brasil. Mas acho que a única coisa que a gente conseguiu desconcentrar foi a concentração.” Ou seja, há mais áreas de concentração.


RIQUEZA SOB O CHÃO
A Parauapebas citada pelo diretor do Ipea ilustra os contrastes brasileiros. Tem, por exemplo, PIB per capita (R$ 45.200) quase três vezes maior que a média nacional, o segundo maior do Pará. Trata-se da região com a maior jazida de minério de ferro do planeta. Mas a população abaixo da linha de pobreza chegou a superar os 40%.
“Apesar da riqueza que está debaixo do chão, você percebe o contraste. O povo não vê o retorno dessa extração da terra”, diz o estudante Edilson Godim, que é de Parauapebas e cursa Ciências Sociais em Marabá, a 185 quilômetros – a viagem pode durar até três horas por causa das más condições de estrada. Há muitos problemas sociais e de infraestrutura, segundo Edilson, também integrante da coordenação da Pastoral da Juventude. São problemas que tendem a aumentar porque muita gente continua a chegar.
A população triplicou em 19 anos, de 53 mil em 1991 para 154 mil 2010. Relatório da Secretaria Municipal de Planejamento mostra que 30% da população em 2000 era de outros municípios – 9,5% eram migrantes com menos de um ano na cidade e 17,8%, de um a dois anos. Esse movimento não se alterou, e é basicamente urbano (90% moram em áreas urbanas).Em dezembro, um plebiscito rejeitou a divisão do Pará em três. Um dos novos estados se chamaria Carajás e nasceria à sombra da Vale, que controla a exploração na área. Em 2010, mais de 45% das receitas correntes do município vinham da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). No caso do minério de ferro, a alíquota corresponde a 2% do faturamento líquido.Veja matéria na íntegra, clique aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário