O delegado Antônio Miranda Neto, titular da 20ª Seccional Urbana em Parauapebas, afirmou que prosseguem as investigações sobre o caso da pequena Thais Feitosa.
Pelo que entendo, a polícia segue sem pistas concretas que levem ao autor ou autores do crime bárbaro. Por outro lado, Miranda lembra que dos 14 casos de desaparecimentos registrados na delegacia de Parauapebas, 13 tratavam-se de "fuga do lar", quando a criança desvia-se de sua rotina e deixa sem notícias a família. Todos os menores reapareceram poucas horas depois. Estavam em companhia de namorados, amigos ou outros parentes. Ainda bem.
Mas, um detalhe é de deixar qualquer um preocupado. Segundo o delegado, apenas nesta semana será expedido o laudo definitivo pelo Instituto Médico Legal (IML) referente ao assassinato de Thais.
Vejam que a criança foi encontrada morta no dia 14 de fevereiro. Passado quase um mês desde o crime, perguntas simples, porém vitais para resolver o caso, permanecem sem respostas.
Não se sabe se o esquartejamento do corpo da criança deu-se pela ação dos assassinos ou de animais; não se pode dizer com certeza sequer se houve violência sexual, muito menos se há resquícios de material genético de outras pessoas no corpo da criança, o que, em caso de prisão dos suspeitos, será decisivo para garantir a condenação.
Os esforços da equipe do delegado Miranda, como se vê, acabam esbarrando na morosidade da perícia que, sobrecarregada e trabalhando em condições precárias, não consegue ser rápida o suficiente.
Algumas providências administrativas poderiam já ter sido tomadas. A imediata instalação do IML em Parauapebas já passou da hora. Uma cidade de quase 200 mil habitantes, com fluxo de migração constante e um alto índice de crimes, quase todos violentos, não pode prescindir de um IML. Por outro lado, está claro que o efetivo disponível para a Polícia Militar é insuficiente para prover a segurança.
Parauapebas, segunda cidade em arrecadação do Pará, conta com diversas autoridades estaduais que tem ali sua base eleitoral. Está faltando o que para que esta força econômica, política e eleitoral seja mobilizada no sentido de garantir condições mínimas de trabalho aos policiais e peritos na cidade?
Vamos esperar que outro crime bárbaro aconteça para que essas reivindicações sejam novamente apresentadas?
Algo precisa ser feito e rápido. Ou será mais um crime a engrossar a estatística de mistérios sem solução. Neste caso, certo mesmo apenas a vida de uma criança ceifada brutalmente e a indizível dor da família.
Fonte: Pebinha de Açucar
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