No Pará, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, o Comitê Rio Maria e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgaram uma nota pública na qual condenam a morosidade da Justiça no estado. De acordo com a nota, é comum que se prescrevam crimes de assassinatos de trabalhadores rurais, favorecendo a impunidade de executores e mandantes.
A nota lembra o assassinato do lavrador Belchior Martins da Costa, morto por pistoleiros em 1982. O agricultor teve o corpo perfurado por 140 tiros em razão de uma disputa de terra com o fazendeiro Valter Valente, acusado de ser o mandante do assassinato. Depois de 28 anos, um dos pistoleiros, Jose Herzog, será julgado esta semana. Já o mandante Valter Valente tem hoje 80 anos e não irá a julgamento.
Outros casos lembrados pelas entidades são dos sindicalistas do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Braz Antônio de Oliveira e Ronan Rafael Ventura, mortos em 1990. Passados 19 anos, em 2009 o crime foi prescrito pelo Supremo Tribunal Federal (STF), favorecendo o fazendeiro Geraldo de Oliveira Braga, acusado de ser o mandatário.
Dados divulgados pela CPT sobre o período de 1984 a 2009 mostram que nos últimos 25 anos foram 1.546 trabalhadores assassinados. Desses, somente 85 crimes foram a julgamento, com a condenação de 20 mandantes e 71 executores
Fonte: Radioagencia NP
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