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terça-feira, 13 de março de 2012

MST fecha a BR-155 e exige assentamentos no Pará


Trabalhadores do Movimento dos Sem-Terra que ocupam a Fazenda Peruano, desde abril de 2004, em Eldorado dos Carajás, interditaram a rodovia BR-155, na altura do Km 70, na manhã de ontem. A ocupação durou toda a manhã e terminou ao meio-dia. O protesto foi para forçar o Incra a cumprir acordo feito há várias semanas, para cadastrar 1.200 famílias e criar um assentamento em parte da fazenda. Diante do protesto, o Incra confirmou o envio de uma equipe técnica ao local, ainda hoje, para iniciar o cadastramento das famílias. Isso foi comunicado às lideranças do MST, que decidiram desmobilizar o movimento.
Segundo o coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), na Diocese de Marabá, José Batista Gonçalves Afonso, além do acordo entre Incra e Iterpa, o cadastramento das famílias é uma obrigação do Incra, mesmo que a área pertença ao Estado, como é o caso da fazenda.

PROTESTO
O protesto gerou um congestionamento quilométrico na rodovia e deixou muita gente revoltada, como o motorista José Pereira Maurício, que transportava uma carga perecível para o Estado do Tocantins. “Eu entendo a reivindicação deles, mas o que é que eu tenho a ver com isso?”, questionou. Já Everaldo Martins da Silva, que também viajava para o Tocantins, disse que estava correndo risco de não fechar um negócio por conta do atraso.
ANO PERDIDO
Batista chama a atenção para o fato de que esse tipo de protesto deve aumentar ainda mais na região sul e sudeste do Pará, porque 2011 foi praticamente perdido com relação à criação de novos assentamentos. Segundo ele, o número de famílias assentadas, aqui no Pará e em todo o Brasil, foi irrisório e sem melhoria na qualidade de vida nos assentamentos já existentes. Por isso eles não acreditam em mudanças por parte do governo agora em 2012. “Eles (o governo) acreditam muito mais no agronegócio, na agricultura de exportação, do que na agricultura de produção de alimentos, que é o que vai para a mesa do brasileiro. Isso infelizmente foi a marca do governo Lula e tem sido também a marca do governo Dilma”, sentenciou. (Diário do Pará)

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