Cerca de 100 homens das polícias Militar e Civil foram deslocados para a Fazenda Cedro, que fica a 48 quilômetros da sede do município de Marabá, no sudeste do Estado, onde por volta das 9 horas desta quinta-feira, 21, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) entraram em conflito com seguranças da propriedade. Uma comitiva formada pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Luiz Fernandes Rocha; pelo secretário adjunto de Inteligência e Análise Criminal da Segup, Tom Farias; pelo comandante geral da Polícia Militar, coronel Daniel Borges Mendes; pelo major Alisson Monteiro, assessor especial da Segup, e pelo delegado Geral da Polícia Civil, Nilton Atayde, já está se dirigindo para o local do conflito.
Segundo as primeiras informações, doze campesinos teriam sido feridos, entre os quais uma criança, mas nenhum com gravidade. Destas, somente duas pessoas continuam internadas no Hospital de Eldorado de Carajás. A criança ferida também já foi liberada. Segundo o delegado Alberto Teixeira, da Superintendência Regional de Marabá, a situação no local está sob controle. O policial informou que o conflito começou em decorrência de um protesto do MST realizado na entrada da Fazenda Cedro. Segundo a versão do Movimento, a manifestação foi motivada pelo uso de agrotóxicos por funcionários da fazenda, prática que estaria acarretando problemas de saúde em alguns membros do acampamento Helenira Rezende, localizado às imediações da fazenda.
Durante os protestos, os seguranças da fazenda teriam recebido os membros do MST armados com equipamentos de efeito não letal – munidos com balas de borracha -, o que originou os confrontos. Logo após o conflito, cerca de 500 pessoas que estavam acampadas bloquearam um trecho da Rodovia BR-155, à altura do km 290, o que gerou um engarrafamento de cerca de cinco quilômetros.
Parte dos feridos foi encaminhada para hospital em Eldorado do Carajás e liberada em seguida. Os demais foram enviados para Marabá. Os seguranças da Fazenda Cedro foram detidos e as armas apreendidas. “Agora estamos em processo de negociação para a liberação da BR-155 e verificando se os tiros que atingiram as vítimas foram realmente originados por armas não letais”, explicou o delegado. O inquérito foi instaurado e o fato será investigado.
Dois peritos da Unidade Regional do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves já se encontram no local do conflito. Dos policiais militares, 18 pertencem ao Grupamento Tático Operacional de Marabá e 30 ao Comando de Missões Especiais do Batalhão de Choque. Duas guarnições do Comando de Operações Especiais e policiais da Delegacia de Conflitos Agrários da Polícia Civil também estão na área.
Fonte: Agência Pará
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