Quinze anos após o massacre de Eldorado dos Carajás, os sobreviventes da chacina provocada pela Polícia Militar do Pará contra trabalhadores rurais sem-terra ainda amargam o abandono do poder público. Muitos sobrevivem com sequelas das balas alojadas pelo corpo, sendo impedidos de trabalhar. Além disso, até hoje as viúvas dos 19 trabalhadores assassinados não foram indenizadas pelo Estado.
Nesta semana, um grupo de 32 sobreviventes se reuniu com o chefe da Casa Civil do governo do Pará, Zenaldo Coutinho, e com o procurador-geral do Estado, Caio Trindade, para apresentar uma lista de reivindicações. Eles cobram, entre outras coisas, tratamento de saúde continuado e reajuste das pensões que recebem desde 2007, cujos valores não acompanham as alterações anuais do salário mínimo. As pensões instituídas por lei aprovada pelo parlamento estadual atualmente não ultrapassam R$ 400. "Nós temos direitos garantidos, mas o que o governo tem feito é só um paliativo. Não existe atendimento continuado", disse Antônio Alves, o Índio, líder do grupo de 69 sobreviventes da chacina.
Zenaldo Coutinho e Caio Trindade garantiram uma nova perícia médica aos sobreviventes, que deverá ser realizada no município de Marabá, próximo de Eldorado dos Carajás, onde se localiza o assentamento 17 de Abril, local que abriga parte dos sobreviventes. Zenaldo Coutinho também garantiu que o Estado vai estudar a revisão das aposentadorias e propôs a criação de lei estadual para que o valor seja reajustado em consonância com o salário mínimo.
Após a reunião, ficou definido que dois sobreviventes que estão com problemas de saúde mais agravados serão internados na segunda-feira em Belém para tratar as sequelas. Gabriel Fagundes, que ficou surdo devido a uma bala alojada no ouvido, e Alcione Ferreira, que ficou cego após retirar uma bala de um olho, serão os primeiros a receber o tratamento do governo em 2011.
O massacre
No dia 17 de abril de 1996, 19 sem-terra foram assassinados e mais 69 mutilados durante confronto com a Polícia Militar no município de Eldorado dos Carajás, no Pará. Na confusão, a polícia abriu fogo contra 1,5 mil trabalhadores rurais que bloquearam a rodovia PA-150 em protesto contra a demora na desapropriação de terras.
Responsabilizados pelo massacre, o ex-coronel Mario Colares Pantoja, na época comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar de Marabá, e o ex-major José Maria de Oliveira, então comandante da Companhia de Policiamento Militar de Parauapebas, foram condenados em 2002 a 228 anos e 158 anos e quatro meses de prisão, respectivamente. Os dois ex-policiais, no entanto, recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF), e conseguiram habeas-corpus para esperar em liberdade o julgamento dos recursos.
Zenaldo Coutinho e Caio Trindade garantiram uma nova perícia médica aos sobreviventes, que deverá ser realizada no município de Marabá, próximo de Eldorado dos Carajás, onde se localiza o assentamento 17 de Abril, local que abriga parte dos sobreviventes. Zenaldo Coutinho também garantiu que o Estado vai estudar a revisão das aposentadorias e propôs a criação de lei estadual para que o valor seja reajustado em consonância com o salário mínimo.
Após a reunião, ficou definido que dois sobreviventes que estão com problemas de saúde mais agravados serão internados na segunda-feira em Belém para tratar as sequelas. Gabriel Fagundes, que ficou surdo devido a uma bala alojada no ouvido, e Alcione Ferreira, que ficou cego após retirar uma bala de um olho, serão os primeiros a receber o tratamento do governo em 2011.
O massacre
No dia 17 de abril de 1996, 19 sem-terra foram assassinados e mais 69 mutilados durante confronto com a Polícia Militar no município de Eldorado dos Carajás, no Pará. Na confusão, a polícia abriu fogo contra 1,5 mil trabalhadores rurais que bloquearam a rodovia PA-150 em protesto contra a demora na desapropriação de terras.
Responsabilizados pelo massacre, o ex-coronel Mario Colares Pantoja, na época comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar de Marabá, e o ex-major José Maria de Oliveira, então comandante da Companhia de Policiamento Militar de Parauapebas, foram condenados em 2002 a 228 anos e 158 anos e quatro meses de prisão, respectivamente. Os dois ex-policiais, no entanto, recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF), e conseguiram habeas-corpus para esperar em liberdade o julgamento dos recursos.
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