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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Em busca do emprego, Pará cresce para interior

Os dados parciais do Censo 2010, publicados ontem no Diário Oficial da União, mostram que a população do Pará cresceu mais de 20% em 10 anos. Passou de 6.192.307 pessoas em 2000 para 7.443.904 em 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coletados até o dia 1º de agosto. Em pelo menos 15 municípios houve decréscimo populacional. Na capital Belém, onde se esperava um maior aumento populacional, em dez anos foi registrado aumento de pouco mais de 70 mil habitantes, o que pode ser considerado pouco para uma grande capital.

O que os dados do IBGE mostram claramente é que onde há oportunidade de empregos há crescimento populacional. Bons exemplos são registrados nos municípios de Parauapebas, que saltou de 71.568 habitantes para 149.411 em dez anos; São Félix do Xingu, que passou de 34.621 para 90.908; Ulianópolis, de 19.254 para 43.345; entre outros municípios que sofrem influência direta dos investimentos das grandes mineradoras no Estado.
Outras regiões afetadas por investimentos que deveriam também provocar novos empregos não apresentam resultados tão positivos no aumento populacional, como é o caso, por exemplo, da geração de energia. Na região de Tucuruí, ocorreu, no início da construção da usina, um êxodo para os municípios do entorno. Hoje o crescimento já não é mais tão significativo, como mostram os números dos municípios a montante - Tucuruí (73.798 em 2000 e 96.343 em 2010) e Breu Branco (32.446 em 2000 e 52.422 em 2010) - e a jusante - Jacundá (40.546 em 2000 e 50.441 em 2010).
Outro projeto de geração de energia que ainda não alterou significativamente o coeficiente populacional nos municípios no entorno é a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. A região de Altamira não teve crescimento significativo e nem mesmo a pequena Vitória do Xingu, onde irão se concentrar a maioria dos investimentos, sofreu qualquer tipo de êxodo até o momento. Somente a pequena Anapu, que ficou conhecida internacionalmente pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, teve um crescimento populacional acima da média, passando de 9.407 em 2000 para 20.242 em 2010.
Mas existem casos de municípios que sofreram decréscimo populacional, como Brasil Novo que tinha 17.193 habitantes em 2000, e em 2010 passou a ter 15.401. Jacareacanga passou de 24.024 para 13.597. Monte Alegre, no oeste do Estado, também sofreu decréscimo populacional, passando de 61.334 para 54.238 em 2010. Em outros casos, como em Santa Luzia do Pará, foram registrados crescimentos mínimos: eram 19.400 habitantes em 2000 e 19.403 em 2010.
O IBGE repassa anualmente ao TCU (Tribunal de Contas da União) o número de moradores das cidades. Nos anos em que não há Censo, são enviadas as estimativas. Os dados são usados para embasar os repasses da União, como o FPM (Fundo de Participação dos Municípios), proporcionais ao tamanho da população.
CENSO 2O10
Foram analisados os 26 Estados e 5.565 municípios, incluindo o DF, até o dia 31 de outubro, com a visita a mais de 67 milhões de domicílios. O IBGE receberá reclamações de 5 a 24/11/2010. (Diário do Pará)

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