A Vale e uma empresa terceirizada foram condenadas pela Justiça do Trabalho a pagar indenização de R$ 1 milhão, por danos morais e estéticos, a uma funcionária atacada por uma onça na Serra do Carajás (PA).
A sentença é da 1ª Vara do Trabalho de Parauapebas. Ainda cabe recurso.
Na região, que fica em área de floresta, há projetos de mineração da Vale.
Laurilete Silva, 28, diz ter hoje o rosto repleto de cicatrizes e quer fazer uma cirurgia plástica para recuperar a antiga aparência.
O caso ocorreu em novembro do ano passado. Laurilete estava no seu primeiro dia de trabalho, contratada pela Topgeo Topografia e Serviços como auxiliar de serviços gerais em uma área da mineradora.
Ela saiu da lavanderia para almoçar no refeitório, a cerca de 300 metros, e nesse intervalo foi atacada.
A onça suçuarana ficou durante dois minutos sobre ela. O ataque acabou causando-lhe ferimentos na região do rosto, do pescoço e no couro cabeludo, além de uma perfuração na região cervical.
Laurilete teve que passar 12 dias hospitalizada após o acidente e ficou três meses sem condições de trabalhar.
Ela retornou ao serviço, mas não trabalhou mais na Serra do Carajás.
Atualmente está de licença porque teve que fazer uma cirurgia no rosto, ainda uma consequência do ataque.
"Jamais vou me esquecer, porque sempre que me olho no espelho vejo as cicatrizes", disse Laurilete à Folha.
No entendimento do juiz, cabia tanto a Vale como a Topgeo, empresa que contratou a funcionária, cuidar da segurança dos trabalhadores.
A Vale informou que "tomou ciência da decisão e que o assunto está sendo discutido na esfera judicial".
Aopgeo Topografia e Serviços afirmou que não iria se pronunciar sobre o caso.
Segundo o advogado Rubens Moraes Júnior, um dos autores da ação, as empresas não forneciam transporte para os funcionários se dirigirem ao refeitório.
De acordo com os autos do processo, após o ocorrido, a Vale construiu uma cerca na área após o acidente, na tentativa de evitar outros ataques.
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